terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Dívida

Pôr valor nos olhos da cara não é novidade no câmbio negro de órgãos humanos.
Me perguntam se eu nunca pensei em vender a alma pro coisa ruim?
Respondo: por um bom preço?
Todo mundo ganha grana pra dizer que ela não vale nada.
E nós que não ganhamos nada, nos alimentamos esculpindo em nossas cabeças maravilhosas máquinas de fazer dinheiro, mas que nunca saem de lá.
No fast food way of life, everything seems too fast for me.
Including consumption.

Porém, aqui em nossa semi-sub-desenvolvida nação, o dinheiro parece não existir, e não é só no meu bolso.
Eu quero acreditar que meu paladar não precisa de todas aquelas coisas brilhantes e gostosas que só uma boa quantia de cédulas pode fornecer.
Eu quero crer que sou capaz de vencer todas aquelas vitrines sem as desejar.

Mas hoje, no Brasil, Deus é uma nota de cem.

Amor

Amei alguma coisa transparente daquele olhar e nunca mais fui o mesmo.

Daí essa espécie de cirurgia emocional que expulsa sem faca meus instintos mais primitivos do peito pra fora, em espiral e forte. Quando amo corto faca.
Ai dindi, se soubesses o embucetamento mental que vivi, saberias que não pode mais meu coração. Ou pode? Quem sabe? Quem?
Eu ou ela, eles, tu, nós? Qual que é o pronome?
Tem que escolher. Escolhas fazem parte. Portanto, acolha bem as suas escolhas.
Num mundo onde cada decisão é marcada a frio, ferro e fogo, em carne viva; cada palavra desemboca numa cachoeira diferente, para algum lugar.
Cuidado, que todo já é pouco, sempre...

Long story short:

Amar também é ter um saco receptível e apto a aumentar de volume.
Perder, ganhar e trepar, sempre.

Rock

Todo mundo pode achar que é pop, achar que é poeta.
Mas achar que é rock'n roll, não é qualquer um brother.
O rock'n roll vai salvar o mundo.
De calça justa e tudo.
Quanto mais Jagger melhor, Richards, Pop, Reed; sobre o nome que tiver o rock'n roll há de salvar o mundo.

Será?

Isso tanto faz.
E que continuem os rock stars a realizar os sonhos que também são meus.
E a comer as mulheres que quiça eu nunca comerei.
E a favorecer tão bem a atual situação boliviana, ou colombiana, tanto faz.



Um beijo Tina. Winehouse, boa sorte amiga.
Marshall see'ya around the world.
Talking about it; baby you can drive my car, oh yes you can.


If me in it!

Brasil

Deitado eternamente em berço esplêndido, na barriga da miséria, nasci saci.
Mula sem cabaço, mulato sem cabeça verde e amarela.
Dos filhos deste solo sou o pau, Brasil.

Ó pátria mão gentil.

Por tempos, fartei-me de teu café com leitão; de tuas fartas tetas onde todos querem mamar.
Notada é minha ocupação, trago-lhe este cacho de banalidades para enfiar no curso dos que ainda não sabem para onde ir, assim como eu.

E vamos botar água no quinhão.
Refrescar as idéias.
Tenho certeza que se fossemos em política, como somos em estética, estaríamos feitos.

Pátria amada, salve salve.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008